Um possível sucateamento do ensino público ofertado a jovens e adultos (EJA) e a modalidade de estudos à distância para esses alunos proposta pelo Governo Estadual foram criticados pelo deputado Sergio Majeski (PSB) durante a sessão plenária desta quarta-feira (2).
O parlamentar, que protocolou a Indicação n° 2395/2019, solicitando ao Governo do Estado que mantivesse separadas as turmas de EJA da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Teotônio Brandão Vilela, em Cariacica, abordou o descaso e as dificuldades enfrentadas por esses alunos.
Para Majeski, que é professor, esse é um público que já enfrenta inúmeras deficiências no processo de aprendizado. Entre os fatores citados pelo deputado estão a idade, a jornada diária de trabalho e os longos períodos fora da sala de aula.
Ele relatou que há grande preocupação entre os professores e demais profissionais pelo fato de serem estudantes que ficaram anos sem estudar e que, portanto, demandam de um atendimento individualizado devido às dificuldades de aprendizagem que apresentam.
“Nos últimos anos, a EJA já teve sua qualidade drasticamente reduzida com a transformação do curso em semipresencial e no fechamento de turmas em todo o Estado. Se além de todas essas dificuldades for acrescentada uma política de turmas multisseriadas nesta modalidade de ensino, o direito à educação destes estudantes fica ainda mais comprometido”, disse Majeski.
Investimentos
O deputado também pediu mais investimentos na educação estadual como um todo. Ele destacou casos de alunos da rede pública estadual, que participam de competições nacionais e internacionais que, muitas vezes são classificados, mas não conseguem participar das etapas finais por falta de condições e não conseguem ajuda do Poder Público.
“Precisamos lutar para que a educação seja levada a sério. Temos muitos talentos, de todas as idades, na Rede Estadual de Ensino que precisam ser desenvolvidos. Muitas vezes, nossos estudantes têm empenho, mas não têm condições financeiras e nem a Sedu tem orçamento”, disse.
Violência
Majeski também lembrou que nesta data é celebrado o Dia Internacional da Não Violência. Ele ressaltou que todos os anos o Brasil apresenta índices assustadores de mortes causadas por diversos tipos de agressão. Segundo o deputado, 47 mil pessoas perdem a vida no trânsito e aproximadamente 51 mil são assassinadas anualmente no país.
“São números muito acima das estatísticas das guerras modernas. Como vivem as pessoas alijadas dos direitos e dos serviços públicos? Essas pessoas vivem diariamente com a sensação de violência e, por isso, é fundamental que tenhamos o tempo todo um discurso de paz”, disse.
Texto: Silvia Magna
Imagem: Tati Beling
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