A violência que assola o Estado do Espírito Santo foi abordada, mais uma vez, pelo deputado estadual Sergio Majeski (PSB) na Assembleia Legislativa. Ele frisou que, embora a população esteja à mercê da criminalidade, o governo tenta medidas mágicas em ano eleitoral, gastando milhões de reais do dinheiro público para criar uma imagem de eficiência que não se comprova no dia a dia do capixaba.
“A questão da segurança pública no Brasil tornou-se um caos de forma geral. E aqui no Espírito Santo não é diferente, quando a gente começa a ver o número de policiais assassinados é porque a situação chegou a níveis insuportáveis. Há cerca de uma semana, mais um policial foi assassinado. O número de assaltos, roubos, assassinatos, arrombamentos e roubo de cargas aumentam a olhos vistos. É uma fantasia dizer que violência tem diminuído, é uma mentira deslavada”.
A falta de investimentos é um dos principais fatores para o aumento da criminalidade nos últimos anos, de acordo com ele.
“A PM do Espírito Santo tem um déficit de 1.775 policiais. É um número maior do que o número de PMs que atende a todo o norte e noroeste do Estado, que são 1.750”, disse.
Em termos comparativos, Majeski utilizou a proporção do número de policiais que atendem um município inteiro no interior do Estado e a quantidade de policiais que faz a segurança do Secretário de Estado de Segurança Pública. “São cinco, seis ou sete policiais para dar conta de um município inteiro”, frisou.
Os baixos salários dos policiais e a estrutura das polícias Militar e Civil, com redução de seus efetivos, também foram citados por Majeski.
“Nos últimos 10 anos, o efetivo da Polícia Civil foi reduzido em aproximadamente 40% e nesse mesmo período a criminalidade cresceu assustadoramente. Olha o caos disso!”, afirmou. “A Polícia Civil, tal qual a PM, não tem equipamentos suficientes, tecnologia suficiente, as delegacias estão sucateadas, o salário defasado e não dá conta de investigar o que está ocorrendo. Como solucionar os crimes então?”.
Majeski ainda criticou o anúncio de concurso para a PM feito pelo Executivo em ano eleitoral. “No último ano de mandato, anuncia concurso para 300 vagas, sabendo que tem de fazer o curso preparatório ainda e que leva uns dois anos para os policiais irem às ruas”, argumentou.
Majeski apontou ainda que o Estado é o segundo que mais mata jovens de 12 a 17 anos, mas, mesmo assim, o governo continua fechando turmas, turnos e escolas. “Soma-se ao cenário a ineficiência do Judiciário, um sistema penitenciário que não ressocializa ninguém, e a lotação do Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo (Iases)”, afirmou.
Assessoria de Imprensa Fiorella Gomes