Pais, alunos, professores e líderes das comunidades rurais de Afonso Claúdio realizaram uma manifestação em frente a Sede da Secretaria de Estado da Educação (Sedu) na manhã desta terça-feira (30), devido ao fechamento da escola rural situada na localidade de Mata Fria, ocorrido no ano de 2015, e nas escolas Maria de Abreu Alvim, José Giestas, José Roberto Christ, localizadas em Fazenda Guandu, Vila Pontões e Piracema, respectivamente, previsto para esse ano.
Cerca de 150 pessoas chegaram à Capital em dois ônibus e com faixas e cartazes, gritaram palavras de ordem contra a política educacional da Sedu e do Governo do Estado. Na última quinta-feira (25), eles já haviam realizado um protesto contra a decisão da Justiça, que não acatou liminar pela manutenção do Ensino Médio nessas escolas, mantendo, portanto, os fechamentos programados anteriormente pelo Executivo.
Por duas horas, eles fecharam a avenida César Hilal, em frente a sede da secretaria, que manteve as portas fechadas e impediu a entrada dos manifestantes.
O fechamento das unidades da zona rural tem como objetivo forçar a matrícula dos estudantes na unidade que abriga o Escola Viva, projeto que oferece ensino em tempo integral.
Queixas
A principal queixa da comunidade escolar é o fato de que, com essa situação, não terão mais o direito de escolher onde seus filhos irão estudar. Com isso, surge a preocupação de que os adolescentes abandonem a escola por falta de uma opção mais próxima de suas residências, devido a grande distância entre essas localidades e a sede do município, onde se encontra a unidade do Escola Viva.
Além do problema de transporte, ainda há aqueles que enfrentam outra situação, a falta de ensino noturno. Muitos trabalham para ajudar suas família e não tem a possibilidade de estudar nos turnos matutinos e vespertinos.
O deputado estadual Sergio Majeski (PSDB), que tem acompanhado a situação dessas escolas rurais, esteve presente no local conversando com os manifestantes. O parlamentar reforçou o apoio aos pais, alunos e professores dessas comunidades escolares.
"Não podemos permitir que o Governo continue com esse desmando. Ninguém está aqui pedindo para o Executivo construir novas escolas. Apenas está se pedindo para que a Sedu cumpra o que a Constituição, a LDB e o Ecread dizem. Não é possível que o Governo e o Judiciário desconheçam o que diz a Lei. Os jovens têm o direito de estudar próximo de suas casas. O Governo tem que oferecer a Educação de acordo com as condições dos alunos e não como o governo acha que é o melhor para eles", disse.
Ele lembrou que situações desse tipo aconteceram em Muniz Freire e Ecoporanga em anos anteriores. E que, recentemente, os municípios de Alegre e Vargem Alta também sofrem com a ameaça de fechamento de escolas do Ensino Médio em prol da instalação do projeto Escola Viva.
Reunião
Por volta das 12h, uma comissão formada por pais, líderes do sindicado rural e líderes do movimento estudantil foi recebida pelo secretário de Educação, Haroldo Correa Rocha.
Como resultado da conversa, a Sedu se comprometeu a abrir as turmas do primeiro ano do Ensino Médio dessas localidades, com exceção de Mata Fria, mediante demanda. Os moradores devem deixar na Superintendência Regional de Educação (SRE), uma lista com os nomes dos alunos interessados em estudar nessas unidades, para uma análise da secretaria.