Estudantes e profissionais da educação compareceram em grande número na tarde desta quarta-feira (09), no Plenário da Assembleia Legislativa do Espírito Santo, para participar de Sessão Especial promovida pelos deputados Sergio Majeski (PSDB) e Enivaldo dos Anjos (PSD). O encontro teve como ponto central as ações desenvolvidas em 2015 pela Secretaria Estadual de Educação (Sedu) e os projetos do Governo do Estado para os próximos anos.
Na maior parte do tempo, o microfone esteve aberto ao público e diversas questões foram apresentadas, muitas relacionadas à política educacional da Sedu. Algumas queixas foram recorrentes, como a aprovação “atropelada” do Plano Estadual de Educação, a implantação da Escola Viva, a política de “enturmação” e redução da oferta de vagas em algumas modalidades de ensino, como Educação de Jovens e Adultos (EJA) e ensino técnico.
Entre os presentes, a falta de diálogo da Sedu foi um dos problemas mais citados. Para Gian Carlos Nunes, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Espírito Santo (Sindiupes), “o Governo e a Secretaria de Educação perdem muito quando não discutem com a sociedade sobre a educação que queremos”. Para Nunes, a comunidade escolar deveria participar das decisões, como abertura ou fechamento de escolas.
Para o deputado Sergio Majeski, que visitou 127 unidades educacionais de Ensino Médio neste ano, a grande maioria possui muitas carências e este não seria o momento para o Executivo investir em um “projeto vitrine”. “Temos visto escolas que é quase um crime as condições em que se encontram. Várias não têm quadra de esportes, computadores, internet. Algumas com telhado caindo e paredes cheias de infiltrações”, afirmou.
Fechamento de Escolas
As manifestações que ocorreram na última semana no Centro de Vitória, realizada por alunos inconformados com o fechamento da Escola Estadual Maria Ericina Santos, foi lembrada. Laira Gonçalves, diretora da União Nacional dos Estudantes (UNE), classifica como um “absurdo estar debatendo que as escolas não sejam fechadas”. Para ela, esta ação demonstra como o Governo prioriza o fator econômico em detrimento do social.
O estudante Jonas Lube resumiu o sentimento de muitos presentes. “O que a gente quer é que não feche nossas escolas”. O jovem apoiou a posição de boa parte do público, de que se for necessário, fecharão mais ruas e ocuparão quantas escolas for necessário, até que o Governo se mostre disposto ao diálogo e reverta a decisão de cancelar as matrículas em algumas unidades educacionais.
Mais reivindicações
Representando a União Municipal de Apoio aos Estudantes Secundaristas (Umaes), Ingrid Almeida elencou uma lista de reivindicações, como a eleição direta para diretor escolar, mais apoio para a criação de grêmios nas escolas e o que o Governo cesse o fechamento de turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e as de educação profissional.
Membros de outras entidades se juntaram à vice-presidente da Umaes em suas queixas. Foram eles: Larissa Barbosa, da Ubes; Cida Araújo, Assopaes; Toninho Lopes, Coordenador de Gênero e Diversidade da Universidade Federal do Espírito Santo; Henrique Rodrigues e Lucillo de Souza Júnior, do Fórum de EJA; dentre outros.
Carta de Intenções
No fim da Sessão, o deputado Enivaldo dos Anjos propôs que fosse formada uma comissão para redigir uma carta de intenções, apontando todas as reivindicações apresentadas durante o encontro. O deputado se comprometeu, junto com Majeski, a encaminhar o documento aos órgãos públicos competentes.
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Assessoria de Comunicação Flavio de Almeida Santos
Fotografia Comunicação ALES